Escápula Alada

A paralisia do músculo serrátil anterior é a principal causa da escápula alada. Essa é uma condição que afeta esse músculo geralmente associada a alguma
lesão do nervo torácico longo. Esse músculo está localizado na parte superior da parede torácica e se estende até a borda interna da escápula (omoplata), desempenhando um papel importante na estabilização e movimentação da escápula durante a elevação do braço. Quando o músculo serrátil anterior está paralisado ou enfraquecido, pode ocorrer uma série de problemas, afetando a função do ombro e a amplitude de movimento do braço.

Aqui estão alguns pontos importantes sobre a paralisia do músculo serrátil anterior:

Causas: A paralisia do músculo serrátil anterior pode ser causada por várias razões, incluindo:

1. Lesão do nervo torácico longo: A causa mais comum é a lesão do nervo torácico longo, que é responsável pela inervação do músculo serrátil anterior. Isso pode ocorrer devido a trauma, cirurgia, compressão nervosa ou outras lesões que afetam o nervo.

2. Lesão direta do músculo: Lesões diretas no músculo serrátil anterior, embora menos comuns, também podem levar à sua paralisia.

Sintomas: Os sintomas da paralisia do músculo serrátil anterior podem incluir:

– Dor no ombro, particularmente quando se tenta elevar o braço.
– Dificuldade em elevar o braço acima da cabeça, especialmente durante atividades como pentear o cabelo ou alcançar objetos em prateleiras altas.
– Protuberância ou alargamento anormal da escápula quando o braço é elevado, criando uma aparência anormal (escápula alada).

Diagnóstico: O diagnóstico da paralisia do músculo serrátil anterior envolve um exame físico cuidadoso, avaliação da função do ombro e testes de força muscular. O médico pode solicitar exames de imagem, como ressonância magnética ou ultrassonografia, para avaliar a estrutura da escápula e dos músculos circundantes, bem como para identificar possíveis lesões nervosas. A eletroneuromiografia pode ajudar o diagnóstico também.

Tratamento: O tratamento da paralisia do músculo serrátil anterior depende da causa subjacente e da gravidade da condição. Pode incluir:

– Fisioterapia: A fisioterapia é frequentemente recomendada para fortalecer os músculos ao redor do ombro, melhorar a estabilidade da escápula e restaurar a amplitude de movimento do braço.

– Terapia ocupacional: Um terapeuta ocupacional pode ajudar a desenvolver estratégias para realizar atividades diárias com mais eficiência.

– Tratamento da causa subjacente: Se a paralisia for devida a uma compressão ou lesão do nervo, pode ser necessário tratamento cirúrgico para descomprimir ou reparar o nervo. A descompressão pode ser no desfiladeiro torácico ou no trajeto mais baixo do nervo. Em alguns casos a transferência muscular da cabeça esternal do músculo peitoral maior pode ser a melhor opção de tratamento.

O prognóstico da paralisia do músculo serrátil anterior depende da causa, da gravidade da lesão e da eficácia do tratamento. Com tratamento adequado, muitas pessoas podem experimentar uma melhoria significativa na função do ombro e na qualidade de vida. É importante procurar atendimento médico se você suspeitar de paralisia do músculo serrátil anterior, pois o tratamento precoce pode ser fundamental para uma recuperação bem-sucedida.

Outras causas da escápula alada incluem:

Alterações do nervo escapular dorsal, geralmente por síndrome do desfiladeiro torácico, com perda de força dos músculos elevador da escápula, Rombóide
Maior e Rombóide Menor. Alterações do nervo acessório espinhal, com perda de força do trapézio.


Prof. Dr. José Carlos Garcia Jr.

Graduado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp.
Residência em Cirurgia Ortopédica pela
 Universidade Federal de São Paulo-Unifesp.
Fellow (VC) em Cirurgia de Ombro e Cotovelo na Mayo Clinic e na Princeton Orthopaedics PA; EUA.
Fellow Research em Microcirurgia Robótica: Universidade de Estrasburgo, França.
Certificação em Cirurgia Robótica: École Européenne de Chirurgie, Paris, França. 
Mestrado na Universidade de Liverpool na Inglaterra.
Doutorado em Ciências da Saúde na Universidade de São Paulo. 
Publicou 13 capítulos de livros, 43 artigos em revistas científicas e tem mais de 150 apresentações em congressos da sua especialidade. Em andamento mais 2 capítulos de livro e mais 4 artigos em revistas científicas.